POEMAS E POESIAS

Escrevo aqui meus versos, por mais morbitos e melancólicos que sejam eles são meus, aceito comentários de todos os tipos, só não me chame de emo!

domingo, 5 de junho de 2011

POBREMENTE RICA

POBREMENTE RICA

Fragmentos de fé
Espalhados pelo chão
Posso sentir a fé descer
Ajudar o outro, para que?
Melhor rezar e se abster

Fé não é nada sem obras?
Aos miseráveis e famintos
São dadas apenas as sobras

Amigos da miséria
Sátiras escorrendo como diarréia
Palácio no alto
Mais fácil rezar e se abster
E fazer o povo de platéia

Da base da pirâmide
Que sejam abençoados
Todos aqueles que têm
Nervos e músculos de aço
A grande Babel de hoje?
Ainda é construída por aqueles
Que têm aço no braço.

PARA O BURACO

PARA O BURACO

De mãos dadas estamos
Caminhando no deserto da vida
Em direção ao buraco vamos

O ódio nos une num só destino
Matanças e seqüestros
Consumismo e erotismo
Tudo isso
Por causa de nosso sadismo

Venha! Cubra-me com teu sangue
Faz-me renascer numa era de gangues

A ferro e fogo
Tufões destruindo forros
Sátira da vida, bebida aditiva
Crianças sentadas chorando
Uma vida não mais ativa

Idéias malignas pelo caminho
Sensações insanas
Embebedadas em vinho tinto
Elixir negro, elixir da morte
O buraco está ao norte.

EXISTE SALVAÇÃO?

EXISTE SALVAÇÃO?

Existe salvação?
Para uma alma que viveu
Por um longo tempo na escuridão?

Existe salvação?
Para uma alma que ama
Alem do infinito
Que pela outra alma
Nas chamas coloca a mão?

Existe salvação?
Para uma alma que quer odiar
Que faz o coração sangrar
Mas não consegue
O amor é maior que seu coração?

Existe salvação?
Para uma alma que vaga sem sentido
Procurando um amor
Que a muito
Deixou seu coração?

Existe salvação?
Para uma alma que fez o mal
Achando que era o bem
E está em busca de perdão?

JARDINS SECRETOS DO CORAÇÃO

JARDINS SECRETOS DO CORAÇÃO

Inverno seco
Flores caindo no terreiro
Folhas amarelas
Um destino de escuridão derradeiro

Caminhos opostos
Amores tão longe
Corações caídos
Felicidade perdida
Diferentes são
Os caminhos dessa cruel vida
O imaginário nos cerca
Vivemos numa escuridão
Vivemos em uma coberta

Sentimentos se põem a voar
O cheiro do amor se vai
Sonhos do mundo, tão longe
Lutamos pela esperança,
Ainda que vã
De o amor reencontrar.

Nos confins de um jardim
Da mais alta árvore
Até a mais remota escuridão
Lá, há tempos se esconde
Amor e dor numa imensidão

Folhas caídas
Todas apodrecidas
No meio um coração.
Por meio da decepção e da dor
As folhas apodrecidas
Adubarão a futura árvore do amor.

IMAGINARIUM

IMAGINARIUM

Uma voz suave
Ecoa numa imensidão de luz
É a sereia do tempo
Que um êxtase de amor
Meu coração ela conduz

Meu coração quebrado ela concerta
Com um beijo doce
Com sua voz e sua luz
Ela ilumina minha noite

Ao som de harpas e violões
Céu e terra se misturam
Ao som de sua voz
Os oceanos se espumam

Tamanho esplendor
Faz tremer minhas pernas
A areia da praia
Torna-se minha coberta

Árvores saem do chão
Pedras se tornam pó
Ventos que cortam a alma
Deixando uma carcaça só

Ao seu grito
Estrelas caem do céu
Apenas o que se vê
Seres humanos se matando
Lagrimas escorrendo em seu véu.

domingo, 1 de maio de 2011

FRONTEIRA

Colocando a cabeça no travesseiro
Começo a sonhar
Vejo-me em um lugar
No chão ha gelo
Que meus pés começam a congelar

Há árvores secas e mortas
Cobertas de gelo
Corpos enterrados no chão
Começa a me bater o medo

Sinto uma presença atrás de mim
Era você
Pegando na minha mão
Olhando para cima
O céu estrelado e limpo
A lua cheia é a única coisa
Que clareia a escuridão

Lá na frente vejo um mar
Tem um barco
Que aparenta me esperar
Os corpos enterrados
Começam a murmurar
E você diz
Que nunca vai me entregar
No barco há uma pessoa
De capa e olhos vendados
Ele grita bem alto
Ades está a lhe esperar!

Tudo começou a congelar
Você dali saiu
Os corpos enterrados no gelo
Começaram a despertar
Vindo na minha direção
Aparentemente para me apanhar
Olha mais atentamente
Uma surpresa eu tenho
Conhecia todos eles
Eram amigos meus
Que se perderam com o tempo

Acordo desesperado
Vejo você ali do meu lado
Branca como uma mulher morta
Há sangue na sua barriga
Você sai pela porta
E deixa de vez a minha vida.
O BEIJO DA MORTE

A noite esta fria e chuvosa
Saio andando na chuva
Ela purifica minha alma
Se é que ainda tenho uma

Sua imagem não sai do meu pensamento
Aonde quer que eu vá
De noite ou de dia
Na multidão ou no relento
O seu cheiro vem com o vento

Na minha frente vejo um cemitério
Muito doente eu estou
Breve estarei aqui
Fazendo companhia
Para aquela que supostamente me amou

Quando chego ao portão
Uma surpresa eu tive
Era você parada
Um espectro
Com expressões tristes

Cheguei perto e perguntei
Meu amor, por que esta tão triste
Ela respondeu
Falta você aqui
Deu-me um beijo molhado
No caixão dela eu acordei
Estou do lado dela
Feliz aqui morrerei.