CEMITÉRIO DAS ALMAS
Entrando na porta de minha mente
Deparo-me com um portão
Está enferrujado e sujo
No fundo uma casa
Parecida mais com um casarão
Era uma noite de escuridão
Ouço uma voz suave que me chama
A adentrar no casarão
Quando chego na porta a voz me diz:
-Você não tem a chave,
Ela esta dentro do seu coração
Vasculhei meu coração, mas não encontrei
A única coisa que vi, foi um nome
Que me remetia a você
Usei o nome como chave
Mas não consegui abrir
Logo a voz me disse
Para eu sair dali
A voz me disse:
Entra naquele portão a esquerda
Haviam arvores secas e mortas
Céu nublado e escuro
No portão estava escrito:
-Cemitério das Almas
E uma risada macabra eu escuto
Quando entrei no cemitério
Um anjo negro eu vi
Com uma foice enorme
Capa escura e rosto coberto
Então as trevas eu começo a sentir
Ele perguntou o que eu estava fazendo ali
Eu nada respondi, cheio de medo
Comecei a me afastar dali
O anjo veio por trás de mim
Barrou o portão
E dali não consegui sair
Sai correndo desesperado
Cemitério adentro eu corri
Deparei-me com um tumulo
E o meu nome eu vi
O anjo se aproximou
Eu lhe perguntei
Que tumulo era aquele
Ele respondeu que era o meu
Perguntei-me: será que eu morri?
Aquela voz me disse:
-você não morreu
Esse túmulo aqui
É a metade da alma que você perdeu
A voz me pediu para desenterrar
Quando abri o caixão uma surpresa eu tive
Era você enterrada
Então comecei a chorar
A voz me disse:
-esse cemitério é seu coração
Sem a metade da sua alma
Não é possível abrir o casarão
Peguei você e levei comigo até a casa
Abri a porta
E uma luz veio em minha direção
Entrei no casarão
Vi dois corações no chão
Foi quando vi o anjo negro
Com sua foice gigante
Ele ceifou minha vida
Tirou-me a agonia
De viver nesse mundo de ilusão.
